ANCINE
Informativo da Agência Nacional do Cinema Nº 13 | 08   










Entre as medidas destaca-se uma campanha promocional de valorização dos filmes brasileiros

O diretor-presidente da Ancine, Manoel Rangel, anunciou ações para aumentar o consumo de filmes brasileiros em cinemas de todo o país. As medidas foram comunicadas durante o RioMarket, encontro internacional de negócios realizado em paralelo ao Festival do Rio, entre os dias 26 de setembro a 7 de outubro. Entre as medidas anunciadas pelo diretor-presidente da Ancine destaca-se uma campanha envolvendo todos os setores do mercado em torno da valorização do cinema nacional. As demais ações se referem à implantação do Vale-Cinema e à introdução de mecanismos de estímulo à construção de novas salas de exibição.

A campanha de valorização do cinema brasileiro deverá contar com ações de mídia associada à venda de ingressos a preços promocionais. A previsão é que a campanha seja realizada em novembro, mês do cinema brasileiro, e que tenha a duração de duas semanas. De acordo com Manoel Rangel, a expectativa é de que participem todas as salas de cinema do país que estejam exibindo filmes brasileiros no período, com promoções válidas para as sessões realizadas entre as segundas e quintas-feiras.

“Esperamos com esta ação atrair novos segmentos da população brasileira para as salas de cinema, aumentando a freqüência nas sessões de filmes nacionais ao mesmo tempo em que reforçamos a divulgação dos filmes brasileiros”, afirmou Manoel Rangel. Para o diretor-presidente da Ancine, há um forte potencial de crescimento do consumo de produtos audiovisuais no Brasil, sobretudo amparado pela ascensão das classes C e D. “Cabe ao filme brasileiro um papel essencial na busca pela expansão do mercado, como demonstraram os resultados do mercado em 2003 e 2004”, completou.

Contando desde já com a adesão e o compromisso de amplas camadas dos agentes econômicos do setor, tais como as associações de produtores e exibidores, da Associação Brasileira de Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (ABPEC), da Globo Filmes e da Rede Globo de Televisão, a diretoria da Ancine espera alcançar resultados significativos na atração de novos consumidores de filmes brasileiros e na freqüência das salas de cinema.

Vale-Cinema - Manoel Rangel também informou a determinação da Agência em implantar um programa especial de fomento para estimular os segmentos das classes C e D a consumirem filmes brasileiros nas salas de cinema e videolocadoras. Com o título provisório de “Vale-Cinema”, a idéia é promover uma articulação com empresários brasileiros, que destinariam o “vale” aos trabalhadores que recebam até cinco salários mínimos.

Segundo o diretor-presidente da Ancine, a idéia é criar um programa nos mesmo moldes do Vale-Cultura, em exame pelo Governo Federal e pelo Congresso Nacional. “O mercado de cinema e audiovisual no Brasil ainda não conseguiu posicionar-se de modo a acolher melhor esta nova realidade do país, com base no potencial de consumo das classes C e D, que desejam consumir produtos audiovisuais brasileiros, como atestam as pesquisas de mercado publicadas recentemente. Nós estamos buscando todas as medidas possíveis para alcançar este crescimento e o Vale-Cinema é uma delas, uma espécie de programa piloto”, declarou Rangel.

Novas salas – O estímulo à construção de salas de cinema também é uma das medidas em operação na Ancine para induzir a expansão do mercado, sobretudo nas regiões onde há demanda reprimida. Conforme Manoel Rangel, a idéia é que as novas salas construídas estejam associadas à oferta de preços menores ao consumidor, e estejam em maior proximidade com o público potencial de cinema das classes C e D.

Entre os instrumentos para estimular a construção de novas salas, o diretor-presidente da Ancine citou a revisão normativa sobre o uso de recursos incentivados na construção de salas; a criação de uma linha de ação do Fundo Setorial do Audiovisual no segundo semestre de 2009, e a publicação da nova instrução normativa dos Funcines.

“Para que as medidas mencionadas resultem no crescimento do mercado de cinema e audiovisual brasileiro, a Ancine entende que é necessária a criação de um grande pacto, com o empenho de todos os agentes econômicos que compõe a indústria do audiovisual no país”, concluiu Manoel Rangel.

 



Mecanismo visa incentivar parceria entre televisão e produtores independentes

A ANCINE regulamentou o artigo 3º-A da Lei nº 8.685, de 1993 (Lei do Audiovisual), estabelecendo as normas e procedimentos para o investimento em projetos audiovisuais por meio deste dispositivo. A Instrução Normativa Nº 76, foi publicada dia 1º de outubro no Diário Oficial da União e está disponível no sítio da Agência.

O artigo 3º-A autoriza empresas de TVs abertas e programadoras de TV por assinatura (nacionais ou estrangeiras) a investirem parte do imposto devido sobre a remessa de recursos enviados ao exterior – derivados da aquisição de direitos de transmissão de obras audiovisuais ou eventos internacionais – na co-produção de obras audiovisuais brasileiras de produção independente.

O contribuinte estrangeiro pode investir até 70% do imposto devido e os recursos podem ser aplicados no desenvolvimento de projetos de produção de obras cinematográficas de longa metragem brasileiras de produção independente, e na co-produção de obras cinematográficas e videofonográficas brasileiras e de produção independente de curta, média e longas-metragens, documentários, telefilmes e minisséries.

O artigo 3º-A foi criado com o objetivo de estimular a associação entre cinema, televisão e produção independente no Brasil, abrindo mais espaço para a veiculação de obras audiovisuais nacionais nas grades de programação brasileiras e também no exterior. O dispositivo foi introduzido na Lei do Audiovisual pela Lei nº 11.437 de 28 de dezembro de 2006 e regulamentado pelo Decreto nº6.304, de 12 de dezembro de 2007.

“Há várias formas de se promover a integração da produção audiovisual independente e do cinema com a televisão. O caminho que temos percorrido até aqui é o do estímulo a esta integração e vamos operar o aprofundamento dessas relações. Acreditamos que num futuro próximo teremos mais produção independente na televisão brasileira e mais parcerias entre emissoras e programadoras de TV com produtores independentes brasileiros, como já faz a GloboFilmes”, declarou o diretor-presidente da ANCINE, Manoel Rangel.

A diretoria colegiada da Ancine informou que manterá reuniões com dirigentes das redes de TV, programadores nacionais e internacionais e produtores independentes, para incentivar o uso do mecanismo e contribuir com informações para a estruturação de suas operações. O primeiro encontro está agendado para o dia 13 de outubro, com representantes da Associação Brasileira de Programadores de Televisão por Assinatura (ABPTA).

 



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