30/09/09 - O diretor-presidente da ANCINE, Manoel Rangel, participou da mesa de abertura do RioSeminars, na sexta-feira, 25, no RioMarket, a área de negócios do Festival do Rio. Ele debateu o financiamento do audiovisual no Brasil com Luciane Gorgulho (diretora do Departamento de Cultura do BNDES) e Sérgio Sá Leitão (presidente da Riofilme), com mediação de Carlos Eduardo Rodrigues, diretor da Globo Filmes. No RioSeminars acontecem os painéis e workshops reunindo conceituados profissionais do audiovisual para discutir temas de alta relevância, como financiamento, roteiro, pirataria e novas mídias.
Apresentando dados, tabelas e planilhas sobre a evolução da economia do audiovisual no Brasil nos últimos anos e os diferentes mecanismos de financiamento geridos pela ANCINE, Rangel destacou a necessidade de fortalecimento do mercado interno, por meio da atuação em duas frentes: a expansão do parque exibidor, hoje composto por 2.278 salas de cinema, e o crescimento da televisão por assinatura, que só atinge atualmente cerca de 11% dos domicílios (com uma base de 6,2 milhões de assinantes):
“O índice de penetração desse serviço ainda é muito baixo. Existe um mercado potencial de 26,5 milhões de assinaturas, nas classes A, B e C – afirmou Rangel. – Países como Argentina, Índia e Colômbia já provaram que é possível ter uma penetração do serviço em torno de 60%, com a incorporação de classes sociais de perfil sócio-econômico médio.”
O diretor-presidente da ANCINE lembrou também que a implementação do Fundo Setorial do Audiovisual e do Artigo 3ºA da Lei do Audiovisual representam a injeção de novos recursos no setor e permitem um planejamento estratégico do mercado.
Luciane Gorgulho e Sérgio Sá Leitão enfatizaram em suas falas os mecanismos que injetam no mercado recursos reembolsáveis. Luciane destacou ainda a importância dos Funcinesna estratégia adotada pelo BNDES para o setor, enquanto Sérgio comemorou o primeiro balanço positivo da Riofilme, graças à participação da empresa no sucesso de bilheteria Divã, e ressaltou que o cinema é uma indústria que gera empregos e movimenta a economia:
“Financiar o audiovisual não é doar dinheiro, é investir em um setor da indústria que, como o automobilístico, é capaz de gerar retorno, empregos e movimentar o país”, afirmou.